Tenho o teu sorriso preso na garganta a formar um nó que não se desfaz, um nó que se aperta mais a recordar os teus olhos carinhosos. Tenho o eco da tua voz a escorregar-me pelas mãos, faz tempo que já não te oiço, na verdade, faz tempo que não sei de ti, do teu abraço, do teu cheiro e de mim própria. Esqueci-me de mim em ti, deixei-me algures entre o teu coração que não me quer e a tua alma que não sente a minha falta. Mas nem sempre foi assim, um dia tudo foi verdade. Um dia disse-te em tom de brincadeira que eras o meu mundo e que queria ficar contigo, mas eu sei que não acreditaste em mim tal como eu não acreditava no que dizias.
Mas...
...Estou cansada de me desiludir, cansada de meios sinais que me fazem criar filmes na cabeça e consequentemente me levam à alimentação de falsas esperanças. Estou saturada da falta do concreto. Não suporto mais suposições ou palpites do porquê deste ou daquele acto. Quero agarrar-me a algo sólido, algo que sei que não está cá só de passagem, desejo poder segurar-me a isso sempre que quiser, sempre que o meu mundo sofrer um abalo e quero ao mesmo tempo sentir-me imprescindível ao ser também o porto de abrigo dessa minha mesma âncora.
Uma passagem linda, mas vazia, na minha vida...N*