quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Todos os dias morre um AMOR...

Quase nunca percebemos, mas todos os dias morre um amor. Ás vezes de forma lenta e, quase indolor, após anos de rotina.
Morre numa cama de hotel ou em frente á televisão num domingo.
Morre sem beijo antes de dormir, sem mãos dadas, sem olhares compreencivos, com gosto de lágrimas no rosto.
Morre depois de telefonemas ou de encontros mais espaçados.
Todos os dias morre um amor. Às vezes com uma explosão, quase sempre com um suspiro. Todos os dias morre um amor, embora nós, românticos mais na teoria que na prática, relutemos em admitir.

Porque nada é mais dolorido do que a constatação de um fracasso. De saber que, mais uma vez, um amor morreu.
Porque, por mais que não queiramos aprender, a vida sempre nos ensina alguma coisa. E esta é a lição: amores morrem.
Todos os dias um amor é assassinado. A sacola de presentes devolvidos, os ponteiros tiquetaqueando no relógio, o silêncio insuportável depois de uma discussão: todo crime deixa evidências.
Todos nós fomos assassinos um dia.

Existem os amores que clamam por um tiro de misericórdia: corcéis feridos.
Existem os amores-zumbis, aqueles que se recusam a admitir que morreram. São capazes de perdurar anos, mortos-vivos sobre a Terra teimando em resistir à base de camas separadas, beijos burocráticos, sexo sem tesão. Estes não querem ser sacrificados. Existem os amores-vegetais, aqueles que vivem em permanente estado de letargia, comuns principalmente entre os amantes platônicos que recordarão até o fim de seus dias o sorriso daquela ruivinha da 4a. série . Amor vivido só do pescoço pra cima não é amor).